quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A " Ritmos e Blues " e o preço dos bilhetes.

Toda a gente sabe que o preço dos bilhetes para o concerto dos Rolling Stones de Junho passado atingiu valores escandalosos (entre 69 € e 142 €), à semelhança do último concerto dos U2 em que o bilhete mais barato custava a módica quantia de 54 €. Parece que esta tendência se vai manter com o concerto dos The Police, em Setembro, no Estádio Nacional com o bilhete mais acessível a custar uns tão somente 55 €. Ainda não tinha trazido este assunto à baila porque, apesar de achar escandaloso os valores praticados, entendia que ia apenas quem queria. Como muita gente também dei 69 € para poder assistir ao concerto. Pensava eu (e a promotora) que os bilhetes se venderiam num ápice e mal foram colocados à venda comprei o meu com receio que pudesse esgotar. Não foi de ânimo leve que paguei aquele valor mas pensei: gosto dos Stones o suficiente para fazer este sacrifício, ainda para mais quando nunca os tinha visto aos vivo. A perspectiva de não voltar mais a vê-los pesou também na minha decisão.
Da parte da Ritmos e Blues, empresa promotora destes concertos, alguém terá confessado o pouco interesse em relação à realização dos grandes festivais de Verão, apesar de em tempos ter realizado o festival da Ilha do Ermal. A principal razão prendia-se com o facto de o mercado estar saturado e não pretender regressar a este tipo de eventos para perder dinheiro. Por esta lógica também não haveria mercado para a realização do Alive, o mais recente dos grandes festivais realizados que acabou por ser um sucesso, tendo já data marcada para próximo ano. O festival Delta Tejo, embora de menor dimensão, também não se saiu nada mal na sua primeira edição. O pouco interesse manifestado pela Ritmos e Blues pelo formato dos festivais leva a concluir que prefere os grandes concertos onde pode trazer artistas que não fazem a festa por menos e, de forma prepotente, dar-se ao luxo de cobrar valores exorbitantes pelos bilhetes, dando a entender que o que não é capaz de ganhar de uma forma, procura fazê-lo doutra. Infelizmente esta promotora parece não estar muito preocupada com o espectáculo e porquê? Em relação ao concerto dos Stones seria preferível pedir menos pelos bilhetes (entre 45 € e 90 € por exemplo) e ter o estádio esgotado. Mas saiu-lhe o " tiro pela culatra " porque ao contrário do esperado a lotação do concerto esteve longe de esgotar. Ou estaria a Ritmos e Blues à espera que o concerto dos Stones em Alvalade esgotasse facilmente para uma banda que recentemente actuou no nosso país por duas vezes. A postura arrogante da parte da promotora ao pensar que seria fácil esgotar um concerto fosse qual fosse o valor pedido pelos bilhetes voltou a repetir-se agora em relação os The Police. Já para não falar no preço dos mesmos, começaram por ser colocados à venda exclusivamente nos balcões das agências do Barclays, sem grandes resultados. Finalmente ficaram disponíveis para venda nas agências.
Voltando ao início... recentemente li que os bilhetes para o concerto dos Stones foram colocados à venda a metade do preço para evitar que o Estádio de Alvalade estivesse a meio gás. Mesmo assim não estiveram mais de 30.000 pessoas em Alvalade, longe dos 50.000 bilhetes colocados à venda. Para quem pagou 69 € (no mínimo) pelo bilhete custa a aceitar que o mesmo esteja à venda pouco tempo antes do concerto a metade do preço. Este escândalo deve ser denunciado para que a Ritmos e Blues não faça o que bem entenda. Posso perder o concerto dos The Police mas, da minha parte, não vai nem mais um cêntimo para esta promotora de duvidosa credibilidade.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A minha Playlist do momento...

Passados dois meses da primeira Playlist aqui divulgada, eis que surge a segunda. Optei por manter a mesma linha da anterior, ou seja, pop/rock alternativo da actualidade, em alguns casos, com notórias influências new-wave de inícios de 80. Salvo raras excepções, poucos conhecerão os nomes que fazem parte da Playlist seguinte. É um bom ponto de partida para todos aqueles que gostam de descobrir novas sonoridades, infelizmente pouco divulgadas entre nós. Um destaque especial para os Wraygunn, uma das mais promissoras bandas nacionais está entre as 10 músicas mais ouvidas.

  • 1990s - " You Made Me Like It "
  • Babyshambles - " Delivery "
  • Foals - " Mathletics "
  • Performance - " Short Sharp Shock "
  • The Cribs - " Men`s Needs "
  • The Long Blondes - " Weekend Without Makeup "
  • The Rakes - " 22 Grand Job "
  • The Shins - " Turn On Me "
  • The White Stripes - " Conquest "
  • Wraygunn - " Everything`s Gonna Be Ok "

Pete Doherty ao melhor nível com o novíssimo Delivery

sábado, 18 de agosto de 2007

Em 2005 a nostalgia de 80 era assim...

Os Post-Hit são uma banda portuguesa de electro-pop formada em 2002 por Paulo Savullo e Rui Pires. O trio ficou completo com a entrada de Sebastião Teixeira. As influências da música dos Anos 80 são por demais evidentes e vão desde os The Human League, Depeche Mode ou Duran Duran até aos nossos Heróis do Mar. Assumem-se como herdeiros da boa pop dos Anos 80 e o álbum de estreia homónimo de 2005 é a prova disso. O single Vanishing Boys conheceu um razoável sucesso: passou com frequência na Antena 3 e fez parte da banda-sonora da série " O Diário de Sofia ". Alguns DJs mais esclarecidos contribuiram para a divulgação de Vanishing Boys, bem como do segundo single Glamorama. O jornalista Nuno Galopim teve igualmente um papel importante na divulgação deste projecto. Presentemente a banda encontra-se reduzida a dois elementos e em preparação está um álbum com versões remisturadas. Deixo-vos com Vanishing Boys...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Morreu Tony Wilson!

Tony Wilson apresentando o magazine So It Goes

Tony Wilson, fundador da Factory Records e mentor do fenómeno " Madchester ", faleceu Sexta-Feira passada no Christie Hospital em Manchester, aos 57 anos, vítima de ataque cardíaco, apesar de lutar contra um cancro desde o início de 2006.
Natural de Salford, Lancashire, o jornalista e apresentador de TV formado em Cambridge com uma especialização em língua inglesa começou por estagiar na ITN. Fez carreira na Granada Television e passou também pela BBC. Tony Wilson foi um dos principais responsáveis pela revolução no mercado musical britânico em meados da década de 70, ao dar ao novos talentos de então a oportunidade de serem alguém, num mercado dominado pelas grandes editoras e pelos " super-grupos ". O facto de ter assistido em 1976 ao primeiro concerto dos Sex Pistols fê-lo perceber que algo estava a nascer. Faltava só preparar o terreno para que o que vira pudesse crescer. Os conceitos alternativo e independente davam os primeiros passos.
A Factory Records tornou-se então numa espécie de albergue para nomes como Joy Division, New Order, Happy Mondays, Clash, Buzzcocks, entre outros. A abertura de dois espaços: um clube nocturno para actuação das bandas da sua editora e mais tarde a discoteca " Hacienda " que se tornaria no centro da noite de Manchester, deram um impulso à vida nocturna desta cidade, muito marcada pela recessão económica e social dos Anos 70. Do ambiente urbano-depressivo até ao fenómeno " Madchester " foi um ápice. Os dias agora eram de festa... nascia a cultura Rave.
24 Hour Party People é um filme/documentário autobiográfico, realizado em 2002 por Michael Winterbottom e interpretado por Steve Coogan (no papel de Tony Wlson) que nos dá a conhecer o ambiente em torno de Manchester, desde meados de 70 a inícios de 90, e faz-se acompanhar de uma excelente banda sonora, da qual destaco Love Will Tear Us Apart, o maior êxito dos Joy Division.

» Ver também 24 Hour Party People - " Do Punk à pastilha! " (post de 8 de Fevereiro de 2007)

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

The Human League em Lisboa: Reportagem...

O segundo concerto dos The Human League em Portugal realizou-se no passado Sábado, 4 de Agosto, na Praça do Comércio em Lisboa. Depois de um mini-concerto no Hotel Farol Design em Cascais, no final de Junho, a banda de Sheffield regressou para um verdadeiro concerto, integrado no Festival Oceanos. Os The Human League foram a segunda banda a actuar, entre os Expensive Soul e Marcelo D2. Como deverão compreender o cartaz não foi o mais feliz, considerando a diferença de estilos musicais presentes em palco e consequentemente a diferença de públicos. O resultado de combinações destas já tem originado reacções pouco amistosas de públicos que não têm nada a ver com as bandas que estão a actuar. Felizmente os meus piores receios não se confirmaram e o público presente respeitou, dentro dos possíveis, a performance dos The Human League. Depois da actuação dos Expensive Soul, o público (minoritário) afecto à banda inglesa aproximou-se do palco e esperou pelo início do concerto. De uma faixa etária acima da média da maioria dos presentes, adivinhava-se que não tinham ido ver nenhuma das outras bandas.
Quanto ao concerto, estivemos perante uma performance muito bem conseguida. Os The Human League ofereceram-nos uma actuação segura e muito completa no que respeita às músicas tocadas, como se de um concerto em nome próprio se tratasse. Apesar de já levaram mais de vinte e cinco anos na bagagem, Phil, Susan e Joanne, provaram que se encontram em excelente forma. O primeiro indício de que estavam quase a pisar o palco foi quando o tema Don`t You Want Me começou a ser tocado, em versão instrumental, ao som de uma gaita-de-foles.
Como já referi, foi um concerto tipo " best of " repleto de êxitos, com destaque para o álbum Dare!, do qual tocaram seis temas. Apesar da maior parte do repertório ser da década de 80, não esqueceram o bem sucedido álbum Octupus de 95, com One Man in My Heart e Tell Me When, bem como o single de apresentação do último álbum de originais Secrets de 2001, All I Ever Wanted. Da fase pré-Dare! o tema escolhido foi Being Boiled, em detrimento de Empire State Humam. Pelo meio tivemos os clássicos Mirror Man, Keep Feeling (Fascination), The Lebanon e Human. Para terminar em beleza a escolhida foi Together in Electric Dreams, contagiando todo o público, que já tinha vibrado antes do encore com Don`t You Want Me. Quem lá esteve para ver as outras bandas e não fizesse a mínima ideia de quem os The League eram nem da importância que têm, certamente não ficou indiferente a um final de concerto apoteótico, à semelhança do que já tinha acontecido em Cascais. Em jeito de conclusão... todos os que se deslocaram à Praça do Comércio para ver os The Human League tiveram a oportunidade de assistir a um excelente espectáculo. Se descontarmos o alinhamento do cartaz e algum público menos desejável, foi tudo bom a começar pelo facto da entrada ser livre. Os jornais do dia seguinte falaram de uma assistência na ordem das 25 mil pessoas que, na minha opinião, peca por excesso. Esteve uma boa casa embora longe daquele número. O mais certo é terem estado perto de 10 mil pessoas, arredondando já muito por alto. No final, juntamente com os meus camaradas de concerto, Nuno e Augusto, conseguimos chegar perto de alguns elementos da banda que, com extrema simpatia, se disponibilizaram para tirar algumas fotos connosco. Um agradecimento especial ao Nuno_45 pelas fotos enviadas.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Em memória da Mónica...

Mónica Peres
1971 - 2007

Não sei qual a melhor forma de homenagear uma pessoa como a Mónica. Está agendado um jantar (sem data confirmada) para Setembro mas, enquanto tal não acontece, não quis deixar de fazer a minha prória homenagem.
Conheci a Mónica em 1998 quando um amigo meu nos pôs em contacto. Antes mesmo de falar com ela esse meu amigo disse-me que conhecia uma rapariga que fazia parte de um grupo de duranies em Portugal, interessada em conhecer fãs (mais ou menos militantes), dos Duran Duran. Não sendo propriamente um fã militante mas gostando bastante da banda, achei interessante saber quem e como eram os fãs dos Duran Duran em Portugal. Conheci então a Mónica, que desde logo me apresentou, à medida que se ia proporcinando (jantares, convívios, festas), à restante comunidade duranie. Apesar da minha militância não ser do mesmo calibre da maior parte das pessoas que conheci, nunca me senti mal, muito pelo contrário, tendo conhecido um grupo de pessoas boas com as quais sempre me dei bem. Em jeito de brincadeira a Mónica disse-me um dia " como gostas mais da música dos Anos 80 do que dos Duran Duran, a única alternativa que te resta é conviveres com o nosso grupo ". Outra com que gostava de picar-me era dizer que eu perdia muito tempo a ouvir outras bandas e que não tinha tempo para conhecer melhor os álbuns dos Duran Duran.
Os anos de 1998 e 1999 foram os de maior proximidade com a Mónica e o seu grupo, tendo estado presente nalguns jantares que se realizaram (Amoreiras, Rock City, Almada, Vasco da Gama e talvez mais um ou outro...). Lembro-me de uma festa que fizemos em Oeiras e de outra em que estivemos presentes na discoteca Kremlin, uma grande noite de Anos 80 a assinalar o lançamento da colectânea do Nuno Galopim " Regresso ao Futuro ". Foram bons momentos passados que recordo com saudade. Entretanto comecei a trabalhar e afastei-me até que, em 2005, recebo um chamada em casa e qual não foi o meu espanto... era a Mónica a dar-me a fantástica notícia da vinda dos Duran Duran a Portugal. A outra boa notícia foi quando me disse que já era mãe. Infelizmente a má notícia era a doença que tinha, mas que na altura parecia estabilizada. Pusemos a conversa em dia e pouco antes do concerto apareci no Apolo 70 para ver novamente o pessoal. Aquele telefonema terminou com um período de quase seis anos sem falarmos e foi aí que eu fiquei a gostar ainda mais da pessoa que ela era: " Não importava o tempo que estivessemos sem falar... fosse uma semana, um mês ou um ano, era como se tivéssemos falado ontem. ". Não sendo amigos próximos não podia deixar de olhar para a Mónica como uma boa amiga, com quem podíamos sempre contar. Depois do concerto de 2005 fomos mantendo contacto pelo messenger. Numa das últimas vezes que falámos no início deste ano fiquei a saber que o seu estado de saúde agravara-se, desejando-lhe sinceras melhoras. Nos meses seguintes não soube mais nada da Mónica até, que, no dia 31 de Julho recebi a triste notícia que tinha falecido. Olhando hoje para trás tenho pena de não ter ido a Londres em 98 ver os Duran Duran juntamente com o pessoal. A Mónica bem me melgava, mas acabei por não ir. Vamos todos certamente fazer-lhe a devida homenagem quando nos juntarmos em Setembro. Penso que a Mónica, como verdadeira fã militante, ficaria muito feliz de ver o grupo ainda mais unido daqui para a frente.